COMUNICADO
Posicionamento do Instituto Pet Brasil em relação a criadouros de animais de estimação
São Paulo, maio de 2018 – O Instituto Pet Brasil (IPB), entidade que congrega a indústria e o varejo pet brasileiros, mais uma vez torna público seu posicionamento a favor do comércio de animais de estimação oriundos de criadouros legais e mantenedores de boas práticas. A entidade entende ser imprescindível a criação desses animais em ambientes adequados e de acordo com normas sanitárias e de bem-estar.
Por isso, diante das denúncias de maus tratos que surgiram recentemente, o IPB apoia medidas de fiscalização e a devida punição dos responsáveis. No entanto, é importante esclarecer aos clientes de criadouros e de pet shops que a simples proibição da venda de filhotes, com ou sem pedigree, sejam cães ou gatos ou outros pets, incentivaria o surgimento de um enorme mercado paralelo e ilegal.
O que deve ser defendido: parâmetros de orientação, como aqueles desenvolvidos pela Câmara Setorial Pet, e o manual que foi redigido pelo seu grupo de trabalho. Vale lembrar que a câmara é um dispositivo do próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, composto por agentes do setor do agronegócio, representantes do poder legislativo e integrantes da própria cadeia Pet. O manual, cuja redação já foi concluída, em breve estará disponível para acesso. São essas orientações – já existentes – que podem e devem inibir as práticas abusivas de criadores, reforçadas por meio de constante fiscalização nesses locais.
Além disso, o Instituto Pet Brasil também desenvolve e oferece diversas ferramentas que incentivam e informam sobre a posse responsável, tanto para o mercado tanto para o consumidor final, os tutores. Um dos exemplos é o novo RG Pet, cadastro nacional unificado para o registro de animais de estimação, que recolhe dados do animal e do tutor; outro exemplo, para empresas, é a certificação do PDI Pet (Programa de Desenvolvimento e Inovação das Empresas do Setor Pet), que prepara as companhias para o mercado nacional e internacional, ambos com parâmetros rigorosos de qualidade.
A criação e comercialização de animais de estimação fazem parte de um setor que ao todo – levando em consideração indústria de alimentos, fabricantes de acessórios e medicamentos, criadores e varejo pet – faturou em 2018 R$ R$ 34,4 bilhões. Isso faz do Brasil o segundo maior mercado do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Vale lembrar que o segmento gera cerca de 2 milhões de empregos nacionalmente.
O setor pet se desenvolve no Brasil porque a importância desses animais para nossa sociedade é comprovada. Existem diversos estudos científicos que demonstram os benefícios físicos e psíquicos dos animais de estimação para idosos, crianças e casais sem filhos. Além disso, os cães com pedigree, por possuírem um comportamento mais previsível, são as únicas opções para quem precisa deles em processos de terapia assistida por animais (TAA). Também são os mais indicados para trabalhos de pastoreio, atividades junto a corporações policiais e no convívio com deficientes visuais, como cães-guias.
Cabe também uma perspectiva histórica. O ser humano evoluiu e, ao invés da vida no ambiente natural, hoje vivemos em cidades. Mas ainda trouxemos conosco o prazer pelo contato com outras formas de vida que a natureza oferece. Lares com animais de
estimação, plantas ornamentais, e qualquer outra forma que mantenha vivo esse laço imprescindível para a nossa saúde mental.
Nos adaptamos a viver em casas, apartamentos com instalações como a energia elétrica, água potável, entrou outras comodidades. E não queremos trocar o conforto e segurança pelos predadores, e um ambiente selvagem e hostil. Todos os animais que hoje acompanham o homem civilizado passaram pelo mesmo processo chamado domesticação. Vivem no conforto, segurança e proteção com níveis de estresse muito inferiores aos registrados na natureza.
No caso dos pássaros, as gaiolas, por exemplo, são um alojamento limpo, confortável, com alimento, água, proteção de predadores, tempestades, doenças, entre outros riscos. Portanto, é necessário diferenciar prender de alojar.
Vamos, sim, combater com todas as forças a caça e o tráfico. Todavia, é importante frisar que, anualmente nascem milhões de vidas nas mãos de criadouros legalizados, que ajudam a minimizar os efeitos da devastação. Esses estabelecimentos trabalham com a reprodução em ambiente doméstico de aves com os mais rigorosos critérios de respeito e bem-estar animal.
Certamente não será uma lei que acabará com o prazer do homem pelo convívio com as mais diversas formas de vida. É necessário respeitar e ensinar o respeito pela vida selvagem, assim como aplaudir e estimular a multiplicação da vida em ambiente doméstico seguindo rigorosos padrões éticos.
Sem dúvida, precisamos acabar com atividades clandestinas e com os maus tratos aos animais. No entanto, isso acontecerá pela fiscalização, certificação de criadores, manual de boas práticas, RG Pet e não pela proibição.
Diretoria Executiva do Instituto Pet Brasil.